quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Meus caros amigos

"Não posso entender que alguém seja meu amigo sem saber que o é.
Prá mim amizade pressupõe compartilhamento. De afetos, de idéias,
de cuidados, de abraços, de presença mesmo quando ausente.
Penso que isso é o que constrói e alimenta a amizade, sem o que ela
deixará de existir. Morre.!!!!!!!!!!!!!" (Alcimar José de Araújo - Blog Porque hoje é sexta)

Essas palavras sobre amizade é o comentário que o meu tio Alcimar (quem não conhece tá perdendo) fez de um e-mail, desses de mensagens bonitas, com uma crônica do Vinícius de Moraes escreveu sobre amizade.
Na crônica, o poetinha fala sobre a importância que os amigos tem na vida dele e que nem imaginam... ou seja, segundo ele, os amigos não tinham a exata noção do imenso afeto que ele os devotava.
É um texto bonito. Porém, eu compartilho totalmente com o tio Alcimar de que a amizade é sim uma via de mão dupla, é troca, é compartilhamento... E isso me dá uma vontade tão grande de ligar pra cada um deles.
Eu sei que não vou fazer isso, mas também fico feliz e com a consciência tranquila de que eu sei que os meus VERDADEIROS amigos sabem o quanto são importantes na minha vida!

Beijos... tava com saudade que vir aqui!

Juliana



Eis a Crônica do Vinícios pra quem não conhece...

Amigos


Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos. Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles.

A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor. Eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade.

E eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos! Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências ...

A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem. Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida. Mas, porque não os procuro com assiduidade, não posso lhes dizer o quanto gosto deles. Eles não iriam acreditar. Muitos deles estão lendo esta crônica e não sabem que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos. Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e não os procure. E às vezes, quando os procuro, noto que eles não tem noção de como me são necessários. De como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital, porque eles fazem parte do mundo que eu, tremulamente construí, e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida.

Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado. Se todos eles morrerem, eu desabo! Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles. E me envergonho, porque essa minha prece é, em síntese, dirigida ao meu bem estar. Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo.

Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles. Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim, compartilhando daquele prazer ...

Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo, andando comigo, falando comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos, e, principalmente os que só desconfiam ou talvez nunca vão saber que são meus amigos!